quinta-feira, 26 de maio de 2011

Uma jornada especial na Boca da Mata e em Sorocaima II

Olha, foi uma bela Caminhada Arteliteratura a que demos dia 13 de maio nas comunidades Boca da Mata e Sorocaima II.

Fizemos tudo o que havíamos agendado e um pouco mais. Entregamos livros para que as comunidades já citadas e mais a turma de Sorocaima I montassem suas bibliotecas comunitárias, repassamos textos mostrando como gerenciar e dinamizar estes espaços, levamos autores e exposições fotográficas...Ufa! Foi um dia produtivo!

A turma saindo de Boca da Mata


Vamos aos detalhes:

1.    As bibliotecas: os livros arrecadados com os moradores de Boa Vista, escritores de fora e a Fundação Biblioteca Nacional já estão disponíveis para os moradores das comunidades. Durante a entrega, reforçamos a importância de todo mundo ter acesso fácil ao acervo.


Como sempre falamos, estamos pensando a curto, médio e longo prazo: aumentar a capacidade leitora de todos, ocupar vagas nas universidades graças à maior compreensão de mundo que a leitura traz e, sonho maior, que futuras gerações de autores saiam das comunidades abordando o cotidiano delas, eliminando a figura do escritor que sempre chega de fora para captar os mitos e costumes indígenas.

Entrega de livros para Sorocaima I e Sorocaima II


Também reforçamos que agora compete às lideranças cobrarem ações das Prefeituras e Governo para capacitar os mediadores de leitura que vão estimular a turma a sempre pegar livros.
Tuxaua Level, de Sorocaima II, encerrando as atividades na comunidade

Tuxaua Carlos, de Boca da Mata, no espírito da Caminhada Arteliteratura



Professor Rivelino, importante apoio para as atividades em Sorocaima II



Também vale revista. O importante é ler

2.    A conversa com o escritor: o poeta Eroquês Gaudério novamente nos acompanhou nesta jornada literária. Gauchão gente boa demais, ele havia estado conosco em Campo Alegre e Vista Alegre no mês de abril. Como lá, depois de declamar seus belos poemas e encantar todo mundo, Eroquês fez oficinas de declamação nas duas comunidades. No meio do processo descobriu que há recitadores e escritores de grande potencial morando no Interior. Além disso, ficou orgulhoso e feliz de, ao chegar em Sorocaima II, encontrar no mural da escola um de seus textos homenageando as mães.







3.    As exposições: outra turma que nos acompanhou foi o pessoal do Fotoclube Roraima. Eles também estiveram na última visita. Desta vez, quem encarou a estrada, especificamente a BR 174 sentido Venezuela, foi Marcelo Seixas, que já postou uma série de fotos no Flickr mostrando como foi a viagem. Ele levou fotos feitas pela turma aqui em Boa Vista e montou um varal fotográfico. Mary Pietro, integrante do Fotoclube e do curso de extensão Fotografia de Cultura da Paz, ofertado pela UFRR, levou material falando sobre prevenção ao uso de drogas. Afinal, é melhor prevenir do que remediar.



Marcelo, Mary e Bebeco
4.    O convidado especial: direto do Amapá, Jonas Banhos, mochileiro tuxaua, palhaço ribeirinho, uma figuraça fantástica, aceitou o convite e integrou nossa caravana cultural para animar o povo das comunidades. O cara montou a estrutura da NossaCasa, projeto que desenvolve lá na outra ponta da Amazônia, e leu histórias, espalhou leitura pelo chão, enfeitou a cabeças dos meninos e adultos com perucas e ainda comeu damorida, caldo de peixe recheado de pimenta, uma iguaria dos indígenas de Roraima (E que eu, que não curto pimenta mas carrego sangue wapichana, adoro). Tem um texto bacana do Jonas em seu blog, onde também você vê uma baita quantidade fotos. Navega lá.





Clique na foto para ler o nome do livro.


Também tivemos outros convidados muito bacanas nesta jornada à Terra Indígena São Marcos, integrante do Território da Cidadania da Terra Indígena Raposa Serra do Sol e São Marcos.

Vamos às figuras:
1.    Professor, poeta e produtor de ácidos textos de humor na UFRR, onde trabalha, Roberto Mibielli fez oficina de produção literária com os moradores. Brincou com as palavras e deixou as sementes da literatura na mão da turma. Ficou cheio de vontade de voltar e fazer uma atividade mais demorada. Já estamos vendo esse retorno, possivelmente numa etapa da Caminhada Arteliteratura sem financiamento da Funarte mas com o mesmo espírito de levar ao Interior de Roraima o gosto pela leitura. Ah, o Mibielli também doou volumes da coleção “Práticas docentes”, do Prodocência/Capes; os anais do III Seminário Práticas Docentes; e “Não venda seu voto”, do Pibid/UFRR – Letras e História.




Declamando poemas feitos na oficina do Mibielli

2.    Um escritor que não esteve presente de corpo mas de espírito e texto, pois fez questão de doar seu livro “Roraima – História Geral”, foi Adair J. Santos, historiador e membro da Academia Roraimense de Letras. Seu Adair autografou os exemplares que agora também integram o acervo doado pelo Coletivo Caimbé.

3.    Bebeco Souto Maior, conselheiro estadual de Cultura e produtor musical. Junto com o antropólogo Pablo Albinaz, fez uma brincadeira musical com as turmas. No final de cada visita, depois das leituras dos textos com a turma de Mibielli e os declamadores de Eroquês, entrava a turma musical e fechava a nossa visita. Foi bem bacana. Na Boca da Mata rolou até dança e canto do parixara, tradição da etnia Macuxi, tudo comandado por uma garotinha de uns seis, sete anos. 

Bebeco de amarelo e Pablo de preto






Lá também outra garotinha, desta vez de uns três, quatro anos, fez questão várias vezes de cantar. A menina mandou ver a letra inteira de Makunaimando, um clássico da música roraimense. De longe foi acompanhada pela nossa cantora de parixara, que estava segurando a sua irmãzinha e por isso não foi fazer segunda voz com a pequenina.





Nossa! Se fosse para contar mais detalhes  de cada visita o blogger não ia gerar postagem para tanta coisa. Prefiro deixar vocês com algumas outras fotos que fizemos nas comunidades.

Disponibilizamos outras fotografias no Facebook e no Orkut.

Clique aqui e veja Sorocaima II no Orkut.

Clique aqui e veja Boca da Mata no Facebook



Comente o que achou na caixa de comentários do blog. 



Espalhe o link para seus amigos. 




Enfim, dá um retorno aí, beleza?


Agora vamos nos preparar para visitar Palmares, na Mata Sul de Pernambuco. Lá já temos convite para visitar a cidade de Novo Lino, nas  Alagoas.  Vai ser uma jornada e tanto levando a literatura roraimense para outros Estados e contribuindo para divulgar a cultura local.

Ah, lembrando. Toda essa viagem, essa brincadeira literária, essa interiorização e exportação da literatura roraimense só é possível graças à Funarte e ao Ministério da Cultura, que selecionaram o nosso projeto na Bolsa Funarte de Circulação Literária 2010.




E aí, você gostou?


2 comentários:

  1. Adorei, Edgar!
    Parabéns pra turma do Arteliteratura Caimbé! O projeto de vocês é incrível, estimular a leitura, a produção, a resignificação da cultura e ainda espalhar a alegria por onde passam, não tem preço. Que bom que existe no nosso estado um Coletivo como o de vocês, que a cada ano contribui para o fortalecimento da identidade regional.
    Parabéns! E de pé!(kkk)
    Marcelo Perez

    ResponderExcluir
  2. Poxa, muito obrigado, Marcelo!! Temos em comum isso com a Cia. do Lavrado: aprovamos nossos projetos e vamos ao Interior executá-los, interiorizando ações culturais. Longa vida à gente (sem falsos pudores.

    ResponderExcluir

Comente o que quiser, mas nada de xingamentos.